Morreu
Por defender um morador de rua,
Por defender uma travesti.
Correu para a estação,
Mas o trem do ódio o alcançou.
Ficou ali,
Caído,
Atropelado pela ignorância,
Num dia 25 de dezembro,
Numa noite de Natal.
Depois cinquenta e quatro anos de ruas,
De vender coisas nas ruas,
Apagou
Numa estação iluminada,
Cheia de gente,
Luzes e Luizes.
Triste Ruas, que não tinha 33 anos,
E nem se chamava Jesus.
*Para o ambulante Luiz Carlos Ruas, morto em 25/12/2016, numa estação de metrô paulista, por defender um morador de rua homossexual, de um grupo homofóbico.